Em março deste ano, a prefeitura de Araras, no interior de São Paulo, conseguiu coma a Elektro a troca das lâmpadas de vapor de sódio da iluminação pública por modelos a LED. O convênio de cooperação entre o município e a concessionária previa a mudança em 1,4 mil pontos de luz. O prefeito Pedro Eliseu Filho (PSDB) estima que a iniciativa reduzirá a conta de luz em R$ 1,6 milhão em quatro anos. A energia a ser poupada equivale ao consumo de 280 famílias durante um ano.
Para ajudar municípios a adotarem iniciativas com a de Araras, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está lançando uma campanha focada na retomada econômica de forma sustentável, orientada para a eficiência energética e o uso de fontes renováveis, como a energia solar. O objetivo é divulgar a plataforma Enerflix, que ajuda os municípios a usarem a eletricidade de forma mais eficiente, gerando economia no emprego do recurso ou adotando fontes mais limpas.
A campanha “Enerflix: valorizar a cidade, iluminar o futuro” apresenta os conteúdos da plataforma adaptados para diferentes níveis de conhecimento, podendo ser acessados também pelo público em geral. Para as prefeituras, com acesso livre e gratuito, a plataforma oferece cursos online, vídeos, e-books e outros materiais de apoio para a capacitação profissional dos servidores municipais.
Também estão disponíveis encontros online com especialistas e gestores públicos para debater temas como eficiência energética, geração de energia solar, parcerias com universidades, alternativas para realizar projetos e seus benefícios econômicos, sociais e ambientais para a população.
Os usuários encontrarão ferramentas de simulação e um passo a passo para o desenvolvimento de projetos, com a indicação das principais linhas de financiamento disponíveis. São três frentes de ação: eficiência energética em edificações, iluminação pública e geração distribuída de energia elétrica.
Medidas simples, como a troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas a LED na iluminação pública, podem reduzir em até 50% o consumo de energia. A lâmpada a LED ilumina melhor e não usa gases pesados em sua confecção, gerando menos resíduos danosos no descarte. Nos edifícios públicos, a setorização da iluminação e a geração distribuída de energia elétrica permitem cortar custos aproveitando melhor a luz solar. Para se ter uma ideia do impacto, a conta de luz está entre as três maiores despesas da administração pública.
“A crise sanitária impôs grandes desafios à gestão urbana e nos convida a uma reflexão sobre as prioridades e os rumos que queremos tomar como sociedade”, diz Arturo Alarcón, especialista sênior da Divisão de Energia do BID.
Outro exemplo de iniciativas simples que resultam em ganho ambiental e economia está em Caxias do Sul (RS). Depois de atuar 16 anos na RGE, concessionária de energia que atende parte do Rio Grande do Sul, o eletricista Anilto Turella da Costa foi contratado pela prefeitura e usou o conhecimento adquirido do outro lado do balcão para reduzir a conta de energia elétrica de Caxias.
Ao examinar as 340 contas de luz da administração, encontrou contratos defasados, multas por reativos excedentes e outros problemas que encareceram as contas. O pente-fino poupou R$ 250 mil no primeiro ano de mandato.
Outra ação foi a troca de 1,2 mil lâmpadas no edifício da Secretaria Municipal de Saúde por modelos a LED. Coube à RGE o investimento de R$ 76,8 mil e, ainda, arcar com a mão de obra. Os custos de manutenção caíram, e a conta de energia baixou R$ 55,6 mil por ano. Costa destaca outro benefício do projeto: “Nós tínhamos sobrecarga na subestação e, com o projeto, conseguimos evitar a necessidade de ampliar sua capacidade”.
Fonte: Estadão – 19/06/2021
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