A partir do lixo, criar energia. A empreitada ainda pouco comum no Brasil é muito difundida em países desenvolvidos da Europa e da Ásia e nos Estados Unidos. Seul, na Coreia do Sul, usa o material gerado a partir dos dejetos para calefação, ajudando a aquecer os moradores. Paris, capital francesa, tem Unidades de Recuperação Energética (UREs) dentro da cidade. Agora, São João de Meriti, na Baixada Fluminense, vai entrar para essa seleta lista.
O município vai receber uma das primeiras UREs do Brasil, que será pioneira na América Latina em produzir óleo diesel a partir de plásticos, como garrafas PET e pacotes de biscoito que emporcalham rios, lagoas e baías. Além de gerar esses produtos a partir do que a população joga fora, a aposta na URE é reduzir custos com transporte, tratamento e disposição final adequada dos resíduos, além de gerar investimentos, empregos e renda em Meriti.
O projeto é uma parceria da URE Fluminense com a Mais Verde, concessionária de limpeza urbana local, com investimentos externos. E deve ter obras concluídas até 2023, na Estação de Transferência de Resíduos (ETR) do bairro Venda Velha, que já está tendo o terreno preparado para o empreendimento. Além de atender aos cerca de 600 mil moradores do município- que tem uma das maiores densidades populacionais do país -, expansões na unidade garantirão a capacidade de processar até 1,2 mil toneladas diárias de resíduos, três vezes mais do que o lixo gerado por Meriti e o equivalente ao descarte de cerca de 1,5 milhão de pessoas. O objetivo, diz Ecles Luiz dos Santos, diretor geral da URE Fluminense, é fazer da cidade referência nessa nova matriz energética. Mas também ser uma solução para municípios vizinhos, rompendo com o ciclo histórico da Baixada de absurdos ambientais na destinação de dejetos.
Fonte: Procel Info – 26/02/2021
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