Com apoio do Procel, universidade paranaense construirá laboratório NZEB

A cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, será uma das primeiras do país a ter uma edificação construída de acordo com o modelo Near Zero Energy Building (NZEB), que denomina construções com balanço energético anual praticamente nulo, tendência mundial na busca por sustentabilidade nesse setor. Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA) prevê a construção de um laboratório sustentável e de alta eficiência energética – características inerentes ao conceito NZEB – que será dedicado à realização de impressões 3D.

O Ombo’éva: Green Smart Building será uma construção de 300 metros quadrados dividida em dois blocos, sendo um deles exclusivo para armazenar os equipamentos do laboratório e o outro para áreas comuns, como banheiros e espaço para descanso. O prédio terá geração de energia fotovoltaica com sistema composto de painéis ou telhas. Também fazem parte do projeto soluções como sistemas inteligentes, telhado verde, iluminação solar tubular, iluminação inteligente, brises horizontais e verticais nas janelas, uso de parede de alta absortância na fachada leste do prédio e sistema de aproveitamento de água. Além disso, em parte do prédio será usado o Cross Laminated Timber, um tipo de laminado de madeira que reduz resíduos e contribui para a melhoria do conforto térmico.

Assim como sugere o nome escolhido para o laboratório, que em guarani significa “Quem ensina”, a intenção da universidade é que o prédio funcione não só para o desenvolvimento da tecnologia, mas seja também objeto de estudo para pesquisas e ambiente para a realização de outras atividades aprendizagem. No local, que será aberto à visitação, deverão ser realizadas palestras, cursos, treinamentos e seminários voltados aos aspectos técnicos da edificação.

A viabilização do laboratório se tornou possível com a classificação da proposta da UNILA na Chamada Pública Procel Edifica NZEB Brasil, realizada pela Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). A instituição, que havia ficado em quinto lugar no edital, que contempla quatro projetos, foi convocada após a desclassificação de uma das selecionadas por inadequação às regras determinadas pelo edital da Chamada Pública. Assim como as demais selecionadas, a UNILA receberá um aporte de R$ 1 milhão da Eletrobras para a viabilização da construção.

Para o desenvolvimento do projeto submetido à seleção, a universidade reuniu uma equipe de 13 membros, entre pesquisadores, estudantes e professores da instituição e parceiros da iniciativa privada, o que permitiu a realização da proposta em um período de apenas dois meses.

“Esse projeto foi uma construção coletiva, colaborativa e sinérgica. Surgiu essa oportunidade e a gente uniu forças”, destaca o docente do curso de Engenharia e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade da UNILA, Oswaldo Hideo Ando Júnior.

De acordo com o arquiteto e docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da universidade, Egon Vettorazzi, o projeto foi desenvolvido por meio de uma abordagem convencional de arquitetura, focando nas condições climáticas do local no qual o prédio será edificado.

“O que talvez tenha me deixado mais feliz é que, de certo modo, o projeto arquitetônico é bem tradicional do ponto de vista do que todo arquiteto ou engenheiro civil deveria fazer. Esse foi o primeiro critério que a gente utilizou. Projetar a edificação com distribuição solar adequada”, afirma.

Integrante da Comissão Organizadora da 1ª Chamada Pública Procel Edifica – NZEB Brasil, a arquiteta do Procel, Elisete Cunha, corrobora esta visão e destaca que projetos como o da UNILA são importantes para desmitificar a concepção de que edificações eficientes exigem projetos onerosos e de alta complexidade.

“Esse é mais um projeto de arquitetura simples e bioclimática, que mostra que, para ser sustentável e eficiente, não precisa ser mirabolante ou mais caro que o usual, basta projetar considerando o local onde será construída a edificação, seu relevo, ventos dominantes e, principalmente, seu clima. Um conceito abandonado há tempos, que foi substituído pelo uso massivo de equipamentos de condicionamento de ar e iluminação artificiais, em detrimento da ventilação e iluminação naturais, que precisa ser resgatado”, analisa a arquiteta do Procel.

CHAMADA PÚBLICA CONTEMPLOU PROJETOS DE OUTROS TRÊS ESTADOS BRASILEIROS

A Chamada Pública Procel Edifica NZEB Brasil foi lançada no final do ano passado pela Eletrobras com o objetivo de escolher projetos que pudessem auxiliar na disseminação do conceito NZEB no país. No total, 32 propostas de instituições públicas, mistas e sem fins lucrativos fizeram parte da seleção.

Além da UNILA, no Paraná, também foram classificados os projetos do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Eletrobras Cepel), do Rio de Janeiro; da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul e da Universidade de Brasília (UnB). Atualmente, o edital se encontra na fase de formalização de contrato com os beneficiários. Após essa etapa, cada instituição terá até 24 meses para a entrega das edificações.

Fonte: Procel Info – Débora Anibolete – 16/11/2020

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