Fabricantes e distribuidores de inversores solares projetam uma melhora da demanda do mercado brasileiro entre maio e junho, após forte retração em decorrência dos impactos da pandemia de coronavírus. Avaliação é de que investimento em instalações fotovoltaicas têm se mostrado uma das opções mais seguras em um cenário de incerteza econômica global.
“Com base no nosso monitoramento, percebemos que há um descompasso entre a retração de demanda relatada pelos distribuidores e número de novas instalações, que não reduziram tanto. Entendemos que vai existir uma retomada a partir de maio, os instaladores vão ter que voltar as compras”, apontou o gerente comercial da Fronius Brasil, Alexandre Borin, durante webinar.
Ele avalia que não vai ser um crescimento tão forte quanto o registrado pelo setor entre o final de 2019 e o começo de 2020, mas vai haver uma curva de crescimento. “A energia fotovoltaica continua sendo um investimento muito atrativo, mesmo diante do cenário de dólar valorizado. A energia elétrica é cara e não há nenhum indício que vai ficar mais barata. O investimento continua atrativo na parte financeira.”
O diretor comercial da Ecori Energia, Rodrigo Teixeira Matias, declarou ter observado um cenário semelhante. “Vimos o mercado crescendo bem acima da média entre novembro e dezembro. Com a mudança de rumos na revisão da resolução 482 e os impactos do coronavírus, ocorreu uma desaceleração em março, com uma redução mais expressiva em abril. Em maio já há um maior amadurecimento nas negociações, traz uma perspectiva de retomada.”
Matias acredita que os investidores estão sendo convencidos da segurança do setor solar. “A taxa Selic está lá embaixo, investimentos que remuneravam melhor estão se mostrando arriscados. A energia solar tem uma taxa de retorno absurda e o crédito está mais acessível. A retomada ainda é tímida, mais deve se consolidar ao longo de 2020.”
O especialista de produtos da Sungrow, Isaque Guanabara, entende que esse é momento de se aproximar dos instaladores, os mais afetados pela crise. “Notamos que o mercado está voltando a acelerar. É um setor que vai continuar atrativo, o mundo todo vai sofrer, mas acredito que a energia será menos impactada.”
O gerente de serviços no Brasil da GoodWe, Alexandre Pereira, destaca que mesmo em meio a um cenário de crise global, o mercado fotovoltaico seguiu crescendo no Brasil. “Acreditamos que passada essa turbulência, vai voltar a ter uma grande expansão. É um mercado já vinha se destacando nos últimos anos, desempenhando acima da economia. Ainda há muito espaço para se desenvolver e não vejo com maus olhos o futuro do setor solar no país.”
Fonte: Portal Solar – Ricardo Casarin – 16/05/2020
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