O Brasil está diante de uma nova fase de transformação no setor energético, com a adoção de novos sistemas e de diferentes matrizes capazes de suprir as demandas por energia com uso de alternativas bem interessantes. Não há tempo a perder para esse novo movimento, pois o planeta grita por socorro diante de um aumento populacional previsto de 2 bilhões de indivíduos nos próximos 20 anos, principalmente em áreas urbanas.
A capacidade energética do planeta não cresce na mesma proporção das demandas por eletricidade. Neste cenário, os governos já perceberam que precisam encontrar oportunidades para reduzir o consumo e seguir atendendo à demanda, ou veremos, em breve, um desequilíbrio até então inimaginável, afetando gravemente a economia global e a população. É fato: a eficiência energética precisa estar no centro da gestão de cidades inteligentes.
Além das já conhecidas razões ambientais e dos riscos de escassez de fornecimento, a eletricidade é uma preocupação constante por representar um gasto expressivo para os cofres públicos. Usar a tecnologia como aliada para o uso eficiente e para a redução de custos é a saída para transformar a maneira como os munícipios gerem o recurso. Diversas soluções já estão disponíveis permitindo a criação de uma infraestrutura digitalizada de gerenciamento e levando inúmeros benefícios, como a redução de gastos com a iluminação pública.
A união de gerenciadores energéticos com Analytics já ajuda na identificação rápida de ameaças, otimização de estratégias e automatização de processos. Medidores instalados em diferentes circuitos elétricos são capazes de prover uma enorme variedade de informações sobre cada um deles, com detalhamento de consumo, identificação de irregularidades e de possíveis falhas em equipamentos responsáveis pela utilização incorreta de eletricidade. A partir da tecnologia, é possível criar planos de melhorias e manutenção rapidamente, e automatizar comandos, como o desligamento de circuitos elétricos em determinados horários.
Na América do Sul, temos alguns casos de eficiência energética fazendo sucesso na iluminação de cidades e no controle do funcionamento de postes, sinais e câmeras de segurança. Estima-se que um sistema de controle pode gerar uma economia de energia de 50% para a cidade, além da redução significativa da emissão de CO2 na atmosfera.
Assunto cada vez mais importante para a administração pública, a energia elétrica precisa ser a base de uma smart city. Das vias públicas mais seguras quando mais iluminadas aos hospitais públicos que dependem de eletricidade para garantir o atendimento à população, esse recurso é fundamental para os cidadãos conseguirem atender as suas necessidades mais básicas.
O debate sobre recursos energéticos e a correta utilização da eletricidade se intensifica a cada ano e o futuro é bastante animador. Já podemos notar claramente o poder público brasileiro atento à importância do tema e aos benefícios para a sociedade e para os cofres públicos por meio do gerenciamento mais inteligente e responsável. Aliadas a essa compreensão, novas tecnologias surgem para guiar esta evolução.
Ainda assim, podemos dizer que faltam investimentos adequados nessas tecnologias. Esse passo é fundamental para dar continuidade ao processo inevitável de mudança de gestão de energia. Mas é sempre importante lembrar: cidade digitalizada não significa cidade inteligente. É preciso aliar as tecnologias com estudos e planos adequados, além de metas bem estabelecidas, para tornar os municípios mais inteligentes e transformar o Brasil em um grande caso de sucesso de eficiência energética.
O processo é longo e demanda mudanças práticas, com uma nova mentalidade focada em modificar a maneira como a cidade enxerga o uso de energia. Esse novo jeito de pensar precisa caminhar lado a lado com os avanços tecnológicos para garantir que os benefícios cheguem a todos: das pessoas, aos governos e ao meio ambiente.
Fonte: Computerworld – Maria Teresa Lima – 14/02/2020
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