Casa construída em Curitiba é considerada a mais sustentável do Brasil

O desejo dos clientes em ter uma edificação com menor impacto ambiental foi o ponto de partida para a criação da casa mais sustentável e eficiente do Brasil. Localizada em Curitiba e denominada de Residência M&L, o projeto recebeu a pontuação mais alta do Selo Green Building Council Casa, atingindo o nível Platina ao somar 84 pontos.

Com projeto arquitetônico assinado por Eloi Bastos, a Residência M&L é composta por quatro pavimentos e possui 320,7 m² de área construída. Sua estrutura conta com sistemas de iluminação natural e artificial, aproveitamento de ventilação cruzada, jardim vertical, telhado verde, processos de reúso de água, sistemas de energia renovável e eficiência energética. Ações como limitar a emissão de gás carbônico no transporte de materiais de construção e minimizar a quantidade de lixo produzido nas fases da construção e uso da casa também foram pensadas para diminuir o impacto ambiental.

Além do arquiteto Eloi Bastos, a construção da casa sustentável contou com a parceria da empresa ABR Energias, que cuidou da parte de energia renovável, da Forte Soluções Ambientais, que foi responsável pela consultoria em sustentabilidade, e da Casa das Plantas que implementou o paisagismo da residência. Ao todo o projeto contou com a colaboração de mais de 20 profissionais, entre eles: arquitetos, engenheiros civis, engenheiros ambientais, engenheiros eletricistas, paisagistas, mestres de obras, pedreiros e eletricistas.

Sistema de Iluminação

A casa possui pavimentos claros com alto índice de reflectância nos pisos que auxiliam na dissipação do calor, janelas em vidro duplo incolor permitem a passagem de luz natural sem aumentar a temperatura. A iluminação artificial é feita por 100% de lâmpadas de LED, contando ainda com sensores solares na iluminação externa e sensores de presença na garagem.

Climatização

Após a elaboração de um Estudo Termo-Energético, foi decidido que a utilização da biomassa seria a alternativa mais adequada para o aquecimento da casa, principalmente nos dias mais frios do inverno. Para realizar a calefação, são utilizados cerca de 4kg de briquetes (pellet), em procedimento que leva aproximadamente quatro horas. Com esse processo, não existe necessidade de utilizar energia elétrica e a emissão de CO2 é nula. “O aquecimento por biomassa possui uma eficiência de 76% se comparado com o sistema elétrico. Falando em números, 1Kg de briquete é o que equivale a 5kWh de energia elétrica”, explica Matheus Campanha Forte, diretor da Forte Soluções Ambientais, empresa responsável pela consultoria em sustentabilidade da edificação.

O aproveitamento da ventilação cruzada através de grandes aberturas em diferentes orientações permite com que a residência não necessite de ar-condicionado, deixando o ambiente bem arejado e com temperatura agradável, mesmo em dias de calor.

Reúso de água

A água captada pela chuva passa por um processo de filtragem e em seguida por uma descontaminação para então poder ser reutilizada nas descargas, espelho d’água, irrigação e limpeza. A residência também dispõe de um telhado verde que auxilia na filtragem natural da água.

Energia Renovável e Eficiência Energética

O processo de geração de energia é feito por meio de placas fotovoltaicas e turbinas eólicas. As placas solares geram por mês 350 kWh, enquanto as turbinas eólicas possuem um rendimento de 150 kWh, somando um total de 500 kWh por mês contribuindo para a economia do consumo elétrico. Vale a pena destacar, que todos os equipamentos da casa possuem o Selo Procel de Economia de Energia.

A geração de energia local supre toda a demanda de consumo, sendo assim, não há nenhum gasto financeiro com energia. “A geração local supre a demanda de consumo. Por esse motivo, a diferença de gasto mensal com energia comparada a uma edificação comum é de 100%”, afirma Matheus Forte.

Mesmo sem divulgar o custo total da obra, Matheus Forte revela que a perspectiva de retorno de investimento de um imóvel desse tipo é altamente positiva ao longo dos anos. Ele afirma que, devido aos baixos custos de operação, um projeto semelhante se paga em aproximadamente três anos.

Ao ser questionado se os criadores da Residência M&L pretendem expandir o conceito para outros lugares, Forte afirma que esse tipo de projeto é único, mas que algumas das técnicas utilizadas podem ser replicadas em outras edificações. “Cada projeto é único, pois, além de atender a necessidade do cliente, também se beneficia das condições climáticas locais. No entanto, este projeto obteve resultados positivos das alternativas sustentáveis, que podem ser replicadas em outros empreendimentos”, conclui.

Fonte: Procel Info – Tatiana Grigorio – 23/09/2019

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