A matriz energética brasileira tem aumentado sua diversidade. Ainda que a geração hidrelétrica predomine (ela é responsável por 63,7% da matriz brasileira), a expansão da rede eólica tem sido significativa, e o Rio Grande do Sul ocupa lugar de destaque nesse cenário.
Atualmente, os ventos passaram a ser o segundo recurso mais utilizado no Brasil para a geração de energia elétrica, e a capacidade instalada já alcança 15 GW (9,2% da matriz do País). São mais de 7 mil aerogeradores, em 601 parques eólicos, em 12 estados. O Rio Grande do Sul tem 80 parques eólicos, com potência de 1.831,87 MW. Somos o quarto estado que mais gera esse tipo de energia no País.
“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011, é um feito realmente impressionante chegarmos a ocupar este lugar na matriz elétrica. Acho fundamental destacar que há diferentes formas de observar a matriz elétrica de um país e uma das possibilidades é considerar a fonte primária de geração, ou seja, qual é o recurso utilizado para a geração elétrica. Acredito que esta é uma forma de apresentação que nos dá uma visão interessante e detalhada do que estamos utilizando para produzir energia no Brasil”, explica Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em 2018, foi registrado um crescimento de 14,6% na geração de energia eólica em relação ao ano anterior, enquanto a geração como um todo cresceu 1,5%. “O que as eólicas produziram de energia no ano passado, em média, seria o suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou cerca de 80 milhões de pessoas”, afirma Elbia.
Logo atrás da eólica está a energia fotovoltaica, que também tem crescido. A energia solar já tem 9% da matriz energética brasileira, e sua capacidade é de 14,8 GW.
A redução da participação das hidrelétricas na matriz brasileira deve seguir nos próximos anos. A previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é que, em 2027, 51% de capacidade instalada do sistema será proveniente dessa fonte. A participação das fontes renováveis não hidrelétricas deve passar de aproximadamente 22% para 28% também em 2027.
“A modernização do setor de energia elétrica e a promoção da concorrência do mercado de gás natural no Brasil compõem a agenda do planejamento em 2019. Dessa forma, junto com o Ministério de Minas e Energia e demais entidades do setor, as discussões, estudos e proposições para temas correlatos se mostram como grandes desafios para este ano”, afirma Jorge Trinkenreich, superintendente de planejamento de geração da EPE.
Fonte: Jornal do Comércio – Cândida Hansen – 24/05/2019
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